Trabalho coletivo feito em pano cru |
A última semana do 2º trimestre coincidiu com a semana da leitura. Todas as atividades tiveram como objetivo continuar a desenvolver o gosto pela leitura. A 1ªa obra escolhida foi O Segredo do Rio de Miguel Sousa Tavares. Preparamos a leitura conhecendo vida e obra do autor, ilustradora, capa, contracapa, lombada e a divisão da obra em diferentes partes, orientando assim a leitura na companhia dos encarregados de educação que foram convidados a vir ler. Estruturamos o nosso trabalho no quadro.
Preparação para a leitura da obra e ilustração da mesma. |
Presença dos encarregados de educação a lerem com os seus educandos. |
Era uma vez
um rapaz que habitava numa casa no campo, perto de um ribeiro. A casa era
pequena, branca com uma chaminé muito alta, que durante o inverno estava sempre
a deitar fumo. À volta da casa havia um pomar com árvores de fruto de várias
espécies.
O local que
o rapaz preferia era o ribeiro, um braço do rio que passava próximo da aldeia.
As pessoas bebiam
e cozinhavam com a água do rio. Pescavam no rio que tinha uma água transparente e ótima. Ninguém sujava, nem
deitava lixo e outras coisas para o rio.
Nesse braço
do ribeiro o rapaz aprendeu a nadar e era lá que passava todos os dias de
verão. Nas noites quentes de verão, vinha sentir a brisa fresca que vinha do
ribeiro, deitado de costas na areia grossa. Deitado observava as estrelas, pois
a mãe, contou-lhe que cada estrela do céu era uma pessoa boa que tinha morrido.
Uma
tarde de verão, o rapaz estava a fazer na pequena praia de areia, construções
com pedras e ramos de árvores, e, subitamente, ouviu um estrondo e viu um
enorme peixe vermelho a saltar. Ao mergulhar dentro de água salpicou-o até onde
o rapaz estava.
O rapaz
ficou assustado, nem se mexia, estava quieto de tanto medo, pois nunca tinha
visto um peixe tão grande e a falar com uma voz como a dos humanos. Era uma
carpa.
Chegou o verão!
O
rapaz ficou surpreendido e preocupado porque não podia tomar banho, o verão
ainda não tinha chegado, mas os dois tornaram-se grandes amigos e aprenderam a
brincar juntos.
Com a licença da mãe para tomar banho no rio, o rapaz
agarrava-se à cauda do peixe e este levava-o até ao fundo do rio, jogavam à
bola, mergulhavam dentro de água…
Terminou o
verão, veio o outono e esta estação não trouxe sinais de chuva. O verão
continuou e os alimentos começaram a escassear. Os pais do rapaz estavam muito
preocupados.
Uma noite, o
rapaz ouviu a mãe a acalmar o pai. A mãe contava que tinha visto uma carpa
muito grande no ribeiro e se a pescassem teriam comida para muito tempo.
O rapaz
ficou preocupadíssimo e sem saber o que fazer. Se contasse ao peixe e ele
fugisse ficava sem o seu amigo e sem comida. Se o pai pescasse o peixe, não
teria coragem de comer o seu melhor amigo.
Muito preocupado,
o rapaz foi contar ao seu grande amigo. A chorar o rapaz despediu-se do seu
grande amigo. A carpa prometeu visitá-lo no verão. O rapaz entristeceu.
Passaram duas
semanas.
A noite chegou e
com ela trouxe a Lua Cheia. O menino olhou para o ribeiro e viu um remoinho na
água. Alguma coisa lhe disse que era a sua amiga carpa. Rapidamente chegou ao
ribeiro, encontrou-se com o peixe e ele disse-lhe que tinha conseguido arranjar
comida no porão de um barco encalhado. O peixe contou-lhe os dias que demorou a
arrastar a comida, com a ajuda das raposas e de outros peixes.
Contar tudo
não podia ser, somente sobre a comida. Todas as outras coisas (o falar, as
brincadeiras, nadar juntos…) seria um segredo dos dois. Ninguém podia descobrir
o segredo dos dois amigos. No dia seguinte, o rapaz contou aos pais e estes nem
queriam acreditar. Cortaram a rede e arrumaram latas de comida, de atum, de
sardinhas, de carne, de tomate, de fruta, de legumes….
A comida era
tanta que chegaria para todo o inverno.
Quando tudo ficou arrumado, os pais, tão felizes concordaram em deixar ficar lá o peixe a viver pois ele mostrou-lhes ser um bom amigo. Concordaram que um peixe não falava, mas também podia ser amigo das pessoas, como são os cães, os gatos….
Acabado o almoço,
o pai foi fazer uma placa de madeira onde escreveu, “Proibido pescar
neste local” e colocou-a na margem do rio.
No dia seguinte, o
rapaz também fez uma placa onde escreveu,” este rio tem um segredo e esse
segredo é só meu”.
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