quinta-feira, 29 de março de 2012

O tubarão na banheira


O Tubarão na Banheira











Tudo começou quando o avô se sentou por cima dos óculos, ficaram todos retorcidos e as lentes desfeitas. De um ar PERPLEXO, passou imediatamente para uma expressão RESPLANDECENTE quando se lembrou que tinha outro par, algures pela casa. Procuraram e nada encontraram a não ser um aquário vazio.
Com um aquário era preciso enchê-lo de água e meter lá um peixe.
Resolveram ir à pesca.
No dia seguinte foram à pesca. O avô adormeceu na areia e o menino passado uma meia hora já tinha pescado um peixinho de escamas azuis e verdes. Mal o viu decidiu dar-lhe o nome de Osvaldo.
Deitaram o peixinho no aquário, mas o focinho do peixe mostrava uma série de expressões: PAVOR; ESTUPEFAÇÂO; APREENSÃO; DESCONSOLO E MELANCOLIA.














O Osvaldo sentia-se sozinho, precisava de um companheiro.
No dia seguinte, voltaram à praia. Mais uma vez o avô adormeceu.
De repente a linha da cana agitava-se ,o peixe que agarrava o anzol tinha muita força.  O menino foi obrigado a acordar o avô para o ajudar.
Tratava-se de um tubarão. Um tubarão ABESPINHADO.
A falta de óculos do avô fez com que concordasse levá-lo para casa.
Chamaram um táxi e  levaram o tubarão na mala do carro.


 












Fora de água o tubarão estava muito impaciente. O avô foi todo o caminho a dizer que se calhar o peixe era grande demais. O avô pensava no tamanho do peixe e o neto só pensava na felicidade do Osvaldo ao ter um companheiro no aquário.
Passado meia hora estavam na porta do prédio. O tubarão estava com um ar ENFADADO. Começou a tentar morder os dedos  e o avô teve necessidade de o amordaçar com o cinto das calças.
Subiram até ao quarto andar, pois era o andar onde moravam. Ao subir as escadas alguns moradores, assustados  correram apressadamente pelas escadas, pois o tubarão mesmo com o açaime tentou mordê-los.
 Ao chegar a casa a mãe ficou sem expressão e  na cara do Osvaldo sentia-se uma só expressão, TERROR.
O tubarão era muito grande para o aquário. O Osvaldo estava DESESPERADO.
O aquário era muito pequeno. Era necessário um maior. A opção foi a banheira e numa prateleira para companhia o Osvaldo.
O tubarão dava imenso trabalho.








~






Ninguém podia usar a casa de banho.
O Osvaldo  vivia sempre em SOBRESSALTO. Provavelmente com medo que o tubarão o comesse.
O tubarão abocanhava as escovas de dentes de toda a família e as toalhas de banho.
O tubarão e o Osvaldo, nenhum deles parecia estar interessado em ser amigo um do outro.
Resolveu levar o tubarão à escola e todos entraram em pânico. Os amigos fugiram para o cimo das árvores , aquele tubarão não era para fiar.
Tinha sido uma ideia CATRASTÓFICA.












Ao chegar a casa, depois de ter contado ao avô ele achou que a melhor coisa a fazer era devolver o tubarão ao mar.
No sábado seguinte chamaram um táxi, encheram o porta-bagagens cheio de água e dirigiram-se para a praia. Levaram também o aquário para o Osvaldo se despedir dele.
Chegaram à praia, estacionaram de marcha-atrás e, de repente quem saltou do aquário foi o Osvaldo que desapareceu rapidamente nas ondas do mar.
O menino, o avô e o taxista ficaram INCRÉDULOS. O tubarão também  lá seguiu pelo mar fora.
Esta história podia ter acabado aqui, mas com um aquário vazio não se vem do mar para casa.
Mais uma vez lançaram os anzóis, o avô adormeceu, mas o fio de pesca agitava-se bastante e foi preciso acordar o avô para ajudar.
De novo no porta - bagagens de um táxi trouxeram para casa um peixe muito grande que foi para dentro da banheira.
Bem, resta contar que alguns dias depois o avô encontrou uns óculos suplentes dentro de uma lata de bolachas na cozinha. Colocou-os e passados uns minutos  em toda a casa ouviram um berro:
“- ESTÁ UMA BALEIA DENTRO DA BANHEIRA.”





2 comentários:

  1. Olá! Sou professora aqui no Estado do Rio Grande do Sul,no Brasil. Há alguns dias descobri teu blog e fiquei encantada!!! Aprendi o círculo da tabuada contigo, porque aqui eu não conhecia.
    Continue a publicar tuas experiências, pois certamente, inspiram outras pessoas a fazerem o mesmo. Um beijo. Débora

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    1. Olá colega.
      Fiquei muito feliz pelo comentário e por saber que alguns dos meus trabalhos já atravessaram o Atlântico.
      Apesar de um pouco desanimada vou ver se consigo mantê-lo ativo até junho de 2013.
      Beijos
      Eugénia

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